Sr. Deputado José Matos Rosa, vendo os seus cargos exercidos por si, como conseguir evoluir de presidente de junta de freguesia até deputado? O que foi mais importante para conseguir esta evolução?
Não há um só factor importante. É um conjunto de diversas facetas. Primeiro, a dedicação às pessoas da nossa terra. É por aí que qualquer percurso político deve começar. Depois a capacidade de trabalho: sem esforço e sacrifício não há resultados. Finalmente, a humildade. Não nos podemos esquecer que a política depende do apoio das pessoas e que nenhum político se pode achar acima dos outros. Para além de tudo isto, a qualidade da intervenção política depende muito da disciplina, do rigor e da vontade em aprender cada vez mais, valores que cultivamos na UV!
Sempre aprendi que as críticas devem ser feitas em privado e os elogios em público. Porque é que continuamos a ver figuras importantes do PSD fazerem exactamente o contrário e prejudicar na opinião pública o partido. Concorda com isso? O que fazer para mudar?
A liberdade interna é uma das mais reconhecidas e estruturantes características do PSD. Diferenciamo-nos de outros partidos por esta aceitação à crítica que está bem vincada no Programa do PSD aprovado em 1974 e que destaca a pluralidade de opiniões como um dos valores e fundamentos do Partido. E isto acontece também porque os órgãos do PSD não podem nunca considerar que têm o monopólio da razão. É certo que sabemos diferenciar as opiniões genuínas de outras com objectivos de política interna, mas a pluralidade é – sem dúvida – um dos pilares do Partido Social Democrata!
Sendo um Homem de estrutura como é que acha possivel que para além de iniciativas como esta, qual é a melhor forma de um militante se manter activo desde o lugar onde todos nós alunos nos sentamos até à posição que o Srº deputado José Matos Rosa ocupa, e como é que essas mesmas pessoas podem motivar o Cidadão comum a envolver-se na actividade cívica e política actual, bem como mudar o "mind set" da mesma?
Como devemos encarar o "pós-troika", num país que, apesar de estar com o seu programa de assistência financeira concluído, se encontra ainda excessivamente dependente?
1) Na qualidade de secretário-geral do PPD/PSD como avalia a actual situação do partido ao nível da sua abertura à sociedade civil e à discussão/debate interno?
2) Tendo sido técnico da administração tributária, como avalia a actuação da autoridade tributária perante os contribuintes ao longo da última década?
3) Para as próximas eleições presidenciais tem-se referido o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, o Dr.º Pedro Santana Lopes, o Dr.º Durão Barroso e a Dr.ª Leonor Beleza como potenciais candidatos. Na sua opinião, quem é o melhor candidato da direita nas próximas eleições presidenciais?
4) Na qualidade de secretário-geral do PPD/PSD, que motivos apontaria a um jovem ideologicamente identificado com a denominada direita política, defensor de uma redução substancial da despesa pública e da carga fiscal, para aderir ao nosso partido?
5) Considera que o actual governo deve apostar numa redução substancial do peso do estado na economia?
6) Em reunião plenária da Assembleia de República, afirmou e passo a citar “Connosco as dívidas são mesmo para pagar”. Pelo exposto, entende que apesar do elevado nível da dívida pública, o nosso país tem condições para pagar a dívida?
Em ano de elições autárquicas e perante a contrivérsia da lei de limitação de mandatos, qual acha que vai ser a decisão do Tribunal Constitucional e qual o impacto no resultado global do PSD, dado um eventual chumbo de candidatos Social Democratas?
Que liberdade e democracia é a nossa, que não nos permite referendar a Constituição nem as suas alterações, sendo esta a Lei base que regula a nossa sociedade?
1) Num período eleitoral adjacente, as questões autárquicas assumem grande protagonismo sendo a escolha dos candidatos uma delas. Enquanto secretário-geral do partido, o que pensa sobre a realização de primárias dentro das estruturas de modo a potenciar a autonomia de ideias politicas dos possíveis candidatos e ainda constituir um exemplo de princípio democrático dentro do partido?
2) Entre tantas reformas a que o país está agora sujeito, entre tantas outras que tem ainda por que passar, poderia a reforma do sistema eleitoral através da criação do voto preferencial opcional em legislativas ser uma solução mais democrática, na medida em que o voto no partido fica garantido independentemente do deputado escolhido pelo eleitor?
3) Há poucas semanas atrás o líder da Juventude Social Democrata, Hugo Soares, questionou na Assembleia quais os custos para contribuinte das funções e actividades sindicais. É sustentável para o Estado Português continuar com os incentivos financeiros às entidades sindicais ou poderão juntamente com os partidos políticos adquirir autosuficiência financeira e deixar de ser também subvencionados pelos contribuintes?
Reparei que estou a estudar o mesmo curso que tirou, um curso que, como ambos sabemos, abrange um pouco de tudo. Perguntava-lhe então, o que acharia da criação de um governo misto e representativo, onde todos os partidos teriam um lugar, seria possível ou um desastre?
Tendo o senhor uma grande ligação a um distrito do interior (Portalegre) que sofre particularmente de desertificação até que ponto não seria preferível diminuir as assimetrias regionais por via fiscal ao invés de outro tipo de investimentos públicos como a construção de infra-estruturas – betão – cujos projectos muitas vezes não têm a rentabilidade económica desejada?
Caro Deputado José Matos Rosa, a desertificação tem sido um dos problemas do interior de Portugal, nomeadamente do Alentejo. Pergunto-lhe se existe algum plano de desenvolvimento do interior, nomeadamente da linha de caminhos de ferro?
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