Considera que o governo português deve incrementar as relações políticas e comerciais com Angola? E como deve fazê-lo?
Tem capacidade e tem-lo feito. Dito isto, é absolutamente linear que temos de conquistar mais competitividade fiscal, e a reforma do IRC é uma medida decisiva nesse processo, garantindo uma baixa da taxa real do IRC de forma sustentada no tempo. Embora, seja também essencial trabalha para a própria simplificação fiscal.
Até que ponto é sustentável o aumento das exportações que se tem verificado ultimamente?
Será que os empresários, dada a significativa retracção no consumo interno, apenas estão a enviar para fora aquilo que já não conseguem vender cá dentro sem investimento industrial e aumento da capacidade instalada ou, pelo contrário, está a haver uma verdadeira revolução na estrutura industrial do nosso país?
É realista esperar que daqui a 20 anos o valor das exportações de bens e serviços possa atingir valores de 80 ou até mesmo 100% do PIB?
Os nossos empresários e exportadores estão a conquistar quota de mercado nas economias mais exigentes do mundo e naqueles com maiores taxas de crescimento o que implica que estão debaixo de holofotes das empresas mais competitivas a nível mundial. Pelo que a sustentabilidade do crescimento das nossas exportações não vem da “fuga” à queda do mercado interno, mas sim da aposta acertada das nossas empresas na diversificação de mercado, na inovação e numa estratégia de diferenciação.
Porque razão muito dos empresários portugueses deixam muitas vezes empresas de sucesso, internacionais e com grande capacidade de crescimento e muito bem remuneradas para cargos políticos com remuneração mais baixas, instável e generalista? Na sociedade a principal razão é a corrupção e os contactos que garantam "tachos" no futuro?
O investimento estrangeiro assume nos dias de hoje um papel de grande importância para a nossa economia. Não sente, por isso, que a AICEP deveria ter um conjunto de competências mais vastas que lhe permitisse alargar a sua acção?
Caro Dr. Pedro Reis, os impostos são um factor de competitividade da economia e da sua capacidade para atrair investimento directo estrangeiro (IDE).Assim considera que com o actual nível da carga fiscal, Portugal tem condições para atrair investimento directo estrangeiro?
Tendo em conta a sua experiência profissional e os executivos que actualmente ocupa para a economia e a sua internacionalização, acredita que num futuro próximo, especialmente no período pós-troika, haverão meios e espaços para os jovens emrpeendedores e empresários vincarem na internacionalização dos seus projectos em prol da economia nacional?
Vimos recentemente um aumento das exportações e uma diminuição das importações na nossa economia. Talvez isto possa dever-se a alguma inovação, ou talvez possa ser necessário inovar cada vez mais os principais sectores económicos de Portugal, qual é a sua opinião?
Nos últimos anos Portugal implementou, com sucesso, uma verdadeira diplomacia económica. A saída da AICEP do MNE poderá condicionar negativamente a sua ação?
Em 2011 publicou o livro "Voltar a Crescer" em que apresentava 365 soluções para, como diz o titulo, voltar a crescer. Na sua opinião qual será aquele sector em que se deve "mexer"/mudar/reformar para conseguirmos cumprir o objectivo de voltar a crescer?
Apesar de todo o potencial exportador que Portugal possui (em vários sectores, desde a gastronomia até ao vestuário passando pelas matérias primas), continuamos a não saber vender a imagem de Portugal. Como podemos divulgar melhor a qualidade, exclusividade e diversidade de produtos portugueses no estrangeiro, principalmente em países fora da comunidade europeia?
As relações entre universidades, pólos de investigação e tecido empresarial em prol da inovação e empreendedoramente são de extrema importância para a criação de novos negócios e empresas geradores de riqueza. O que é necessário fazer para que esta tríade aprofunde as suas relações e dê resultados?
É uma realidade que a Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias e que aqueles que inovam ficam sempre em posição de vantagem em relação aos demais! Face a esta realidade e visto ser membro integrante do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação, crê que atualmente no nosso País existe essa capacidade para Inovar?
Acha que em Portugal é possível chegar longe e ter um futuro brilhante como o seu afirmando o talento pessoal, por mérito e sendo empreendedor ou vivemos num mundo de aparências onde o dinheiro e os conhecimentos (as ditas cunhas) são mais importantes?
Como é que numa freguesia, o órgão de poder local, pode ajudar a fomentar o empreendedorismo numa freguesia, através da formação de pequenas, micro e médias empresas? Quais as orientações que devemos seguir para facilitar as suas entradas nas localidades?
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